Cifose Torácica Excessiva: MAIS DO QUE APENAS UMA MÁ POSTURA

Por Justin Price, MA em 19 de janeiro de 2015
Somatic Health

O estresse, o ambiente e muitos exercícios podem contribuir para um efeito de corcundez.
A cifose torácica excessiva (ETK) é um arredondamento ou curvatura desproporcional da parte central e superior das costas, também conhecida como a coluna torácica (Kendall, McCreary & Provance 2005). A cifose é um desequilíbrio musculoesquelético extremamente comum provocado pela permanência prolongada em algumas posições posturais; escolhas de exercícios e/ou atividades; fatores ambientais; disfunção miofascial; intolerâncias à alimentos e/ou outras reações alérgicas; e estresse psicológico.
Os sintomas da cifose incluem dores musculoesqueléticas, problemas respiratórios, movimentação limitada, desempenho atlético prejudicado, problemas gastrointestinais e aumento do estresse mental (Rolf 1989; Myers 2001; Hanna 1988; Price 2010). Este artigo mostra como identificar a cifose e destaca algumas das causas mais comuns.
Identificando a Cifose Torácica Excessiva
A cifose torácica excessiva está intrinsecamente ligada ao funcionamento da caixa torácica, pois cada costela se liga a uma vértebra da coluna torácica. A seguinte avaliação musculoesquelética pode te dizer se você ou seus clientes têm cifose.
Avaliação da Costela à Coluna
Coloque o dedo indicador de uma mão na fúrcula, recuo entre as clavículas na frente de sua garganta. Em seguida, coloque o dedo indicador da outra mão sobre as vértebras imediatamente abaixo, as que mais se destacarem na base do seu pescoço. Vire a cabeça para o lado e olha a posição dos seus dedos em um espelho. Seus dedos deveriam estar aproximadamente na mesma altura. Se o dedo na frente de seu peito estiver mais baixo do que o dedo na parte de trás do seu pescoço, sua coluna torácica está curvada e sua caixa torácica está baixa, o que significa que você tem cifose.
Possíveis Causas da Cifose Torácica Excessiva
As causas mais comuns de cifose são:
• compensações musculoesqueléticas
• condições ambientais
• escolhas de exercício/atividade
• estressores psicológicos
Compensações Musculoesqueléticas
Desequilíbrios musculoesqueléticos em qualquer parte do corpo podem causar a cifose. Por exemplo, mover a cabeça para a frente de sua posição ideal para se concentrar em um pequeno objeto como um dispositivo eletrônico faz com que a coluna torácica se curve para a frente, a fim de ajudar a manter a cabeça erguida (Kendall, McCreary & Provance 2005). Isto é semelhante a ter um grande peixe na extremidade de uma haste flexível de pesca. A vara se curva para a frente para acomodar o peso extra. Com o tempo, esta posição da cabeça para a frente pode levar a cifose.
A cifose também pode ser resultado da pronação habitual, em que os pés se curvam excessivamente. Quando os pés se curvam para dentro, os tornozelos se curvam para dentro e giram as pernas em direção à linha média do corpo. Esta rotação interna dos pés faz com que os soquetes do quadril se desloquem para trás e que a pélvis gire para frente. Esta rotação da pélvis faz com que a parte inferior das costas se curve demais (lordose lombar excessiva) e com que as partes central e superior das costas se curvem para a frente para que o corpo permaneça equilibrado (Price 2010).
Adaptações e restrições miofasciais também podem levar a cifose. Por exemplo, mudanças nas propriedades de comprimento-tensão dos músculos do bíceps, que se originam na borda externa da escápula e se ligam ao antebraço, podem contribuir diretamente para este desequilíbrio. Quando os braços são flexionados por períodos prolongados durante atividades tais como cozinhar, dirigir e digitar, os músculos do bíceps se tornam cronicamente encurtados. Quando os braços são posteriormente endireitados, estes músculos podem não alongar corretamente. Isto faz com que os braços puxem as omoplatas para frente (por meio do bíceps) através da caixa torácica. Esta posição das escápulas, finalmente resulta na curvatura para frente da caixa torácica, levando à cifose torácica (Myers, 2001).
Condições Ambientais
A curvatura excessiva da parte superior das costas é comumente associada à estilos de vida ou ocupações sedentárias que envolvem longos períodos de repouso, como jogar vídeo game ou trabalhar sentado usando o computador. No entanto, algumas tensões ambientais menos óbvias também pode levar à cifose. Condições respiratórias como asma, DPOC e alergias aos poluentes do ar podem afetar os mecanismos de respiração do corpo e a capacidade do diafragma de contrair e relaxar corretamente. Restrições na caixa torácica causada por problemas respiratórios crônicos podem resultar na imobilidade da coluna torácica e podem, eventualmente, levar à cifose (Rolf 1989).
Sensibilidades alimentares são outro gatilho para a cifose torácica excessiva. Intolerâncias ao glúten, à lactose, à frutose e ao álcool podem inflamar nosso aparelho digestivo (Harker 1998). O intestino compartilha o tecido conjuntivo com outras estruturas de tecidos moles e músculos que se ligam à coluna vertebral. Sendo assim, a inflamação crônica do intestino, pode causar restrições miofasciais e aderências ao longo do tronco, levando à cifose.
Escolhas de Exercícios/Atividades
Escolhas de exercício e atividade também podem contribuir para cifose. Períodos prolongados de flexão da coluna, exigidos para andar de bicicleta e/ou fazer ciclismo indoor, artes marciais, natação estilo livre e alguns hobbies como tricô e jardinagem, são fatores importantes que contribuem para cifose torácica excessiva.
Estressores Psicológicos
Quando o cérebro percebe uma ameaça, real ou imaginária, o corpo se prepara fisicamente para agir contra o perigo – essa é nossa resposta de correr ou lutar. As reações típicas incluem enrijecer o maxilar, contrair os músculos abdominais, prender a respiração e curvar os ombros (Hanna, 1988). Consequentemente, os estressores psicológicos em curso, tais como insatisfação com a carreira, problemas de relacionamento, problemas com dinheiro ou questões familiares podem levar a restrições faciais, adaptações neuromusculares e alterações musculoesqueléticas no corpo que resultam na cifose.
Tratamentos para a Cifose Torácica Excessiva
Várias estratégias podem aliviar a cifose:
• exercícios corretivos
• mudanças na dieta
• exercícios respiratórios
• relaxamento
• life coaching
Exercícios Corretivos
Técnicas de auto liberação miofascial, como visto abaixo, são muito eficazes para diminuir as restrições na fáscia e para melhorar a postura.
Duas Bolas de Tênis na Parte Superior das Costas
Esta técnica de automassagem promove uma extensão na coluna torácica.
Deite-se de costas no chão com os joelhos dobrados. Coloque uma bola de tênis em ambos os lados de sua coluna, alinhada com a parte inferior de suas omoplatas. Use um grande travesseiro para apoiar sua cabeça para que você não sinta muita pressão. Cruze os braços sobre o peito e se abrace. Encontre um ponto dolorido e mantenha pressão sobre ele até que ele relaxe (10-15 segundos). Em seguida, mova as bolas para outro local dolorido deslizando seu bumbum e seu corpo para baixo para que as bolas deslizem por sua coluna. Leve seu travesseiro com você todas as vezes que você deslizar. Gaste cerca de 2 – 3 minutos cada dia em toda a área.
Mudanças na Dieta: Tome Cuidado com os Alimentos Inflamatórios
Pessoas sensíveis a alimentos inflamatórios tais como glúten, trigo, lactose, açúcar e álcool, devem limitar a ingestão desses alimentos e bebidas. O aumento da ingestão de vários alimentos/compostos anti-inflamatórios e/ou suavizantes, tais como aloe vera, olmo e iogurte ou outros probióticos, podem melhorar a saúde do trato gastrointestinal e, consequentemente, aliviar a cifose.
Técnicas de Respiração e Relaxamento
Técnicas de respiração diafragmática ajudam a mobilizar a caixa torácica, a fortalecer o diafragma, a fornecer sangue para os órgãos, a promover um relaxamento e a diminuir o stress:
Expansão da Costela Inferior
Deite-se de costas com os seus joelhos flexionados (apoie sua cabeça com uma pequena almofada, se necessário). Coloque suas palmas das mãos viradas para baixo ao redor da parte inferior de sua caixa torácica. Inspire e expire pelo seu nariz. Enquanto você respira, foque nas costelas inferiores se expandindo e empurrando contra as palmas das suas mãos. Prenda a respiração (contração diafragmática) por alguns segundos e então expire lentamente. Faça um total de 10 a 15 respirações todos os dias.
Técnicas de Life Coaching: Conheça as Causas do Seu Stress
Além de levar à cifose, o estresse mental pode se manifestar como dor muscular, problemas para respirar, tonturas, dores de cabeça, problemas gastrointestinais e problemas como urticária, eczema e erupções de pele. Estes sintomas podem ser alertas para situações que se tornaram prejudicialmente estressantes. Durante o período de uma semana, tome nota de cada manifestação física resultante do estresse e quando cada uma destas manifestações inflamou ou se tornou problemática. Observe também o que você estava pensando ou fazendo quando o sintoma se tornou mais perceptível; por exemplo, “dor nas costas piorou ao pensar sobre uma recente discussão” ou “dor de cabeça depois de lidar com um cliente difícil.” Quando você descobrir as causas do estresse, concentre-se em limitar a sua exposição a estes tipos de situações.
Referências
Hanna, T. 1988. Somatics: Reawakening the Mind’s Control of Movement, Flexibility and Health.Cambridge, MA: Da Capo.
Harker, M. 1998. Health and Healing (3rd ed.). Waipu, New Zealand: Wings of Waitaha.
Kendall, F.P., McCreary, E.K., & Provance, P.G. 2005. Muscles: Testing and Function with Posture and Pain (5th ed.). Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins.
Lawlis, F. 2008. The Stress Answer. London: Penguin.
McGill, S. 2002. Low Back Disorders: Evidence-Based Prevention and Rehabilitation. Champaign, IL: Human Kinetics.
Myers, T. 2001. Anatomy Trains: Myofascial Meridians for Manual and Movement Therapists.Edinburgh: Churchill Livingstone.
Price, J. 2010. The Fundamentals of Structural Assessment: Module 1. The BioMechanics Method. www.thebiomechanicsmethod.com.
Rolf, I. P. 1989. Rolfing: Reestablishing the Natural Alignment and Structural Integration of the Human Body for Vitality and Well-Being (Revised ed.). Rochester, VT: Healing Arts Press.
IDEA Mind-Body Wellness Review, Volume 2, Edição 1

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