8 fatos fascinantes sobre a Fáscia (Parte 2)

 

  1. Fascia pode contrair

Os Miofibroblastos, que são organismos que permitem que o musculo se contraia, têm sido encontrados na fáscia (Schleip et al., 2005). Numerosos mecanorreceptores (órgãos tendinosos de Golgi, terminações de Ruffini, terminações Paciniform) também tem sido identificados dentro da matriz fascial; estes mecanorreceptores podem estar contribuindo para as contrações musculares e se comunicando com o sistema nervoso central informando sobre a quantidade de força através do tecido conjuntivo (Myers 2011). É teorizado que a contração da fáscia ajuda na estabilidade e gasto de energia. Mais pesquisas são necessárias para entender como a fáscia e os músculos se contraem em conjunto um com o outro e como essas contrações afetam o movimento como um todo e o que eles significam para os profissionais de fitness.

 

  1. A Fascia pode atuar independente do sistema nervoso central

A fáscia esta sempre sob tensão quando a gravidade está presente. Esta pré- tensão passiva tem sido chamado de Tono miofascial de descanso humano que Myers discute usando o princípio da tensigridade (Alfonse et al 2010; . Myers 2001). O Tono Miofascial de repouso fornece componente de estabilização em um baixo nível que ajuda a nossa postura e nos permite realizar movimentos como entrar e sair de um carro sem pensar sobre eles .

Como o tecido conjuntivo tem 10 vezes mais proprioceptors do que o músculo (Myers 2011), a matriz fascial nos ajuda a reagir ao nosso ambiente mais rápido do que a nossa consciência pode responder, como quando inesperadamente pisamos em falso, reagimos a um jogador adversário em uma partida ou retiramos rapidamente a mão de uma chapa quente.

Esta pré- tensão pode nos dar a capacidade de manter a postura com menor fadiga e tensão fascial quando comparada com a ativação muscular constante e gasto energético. Como uma anedota para isso, uma cliente minha descondicionada comentou sobre como ela conseguia ficar cozinhando por 8 horas seguidas em pé sem dor em um sábado, uma tarefa que ela não poderia ter realizado antes de iniciarmos nossos treinamentos. Poderia ser que o seu treinamento a tinha ajudado a melhorar a tensegridade e aumentado a pré- tensão através da fáscia?

 

  1. Influencias do humor na fáscia

Em seu livro A rede infinita: Anatomia fascial e realidade fisica (North Atlantic 1996), R. Louis Shultz e Rosemary Feitis discutem como nossas emoções são armazenadas em nosso corpo, incluindo o tecido conectivo.

Eles escreveram que “A resposta física às emoções é através do tecido mole”. “A fáscia é o corpo emocional… Idealmente, os sentimentos são sentidos no corpo todo e as emoções viajam através da rede fascial. Nós, então, interpretamos a sensação fisiológica como raiva, afeição, amor, interesse e assim por diante… A razão pela qual o seu pescoço esteja rígido e difícil de ser alongado pode ser por causa de um trauma de ser continuamente intimidado durante sua infância. O trabalho físico vai apenas abrir parcialmente esse problema a menos que exista um reconhecimento de que pode haver uma origem emocional”.

Utilizando este conceito, o profissional do fitness pode desenvolver uma abordagem holística para compreender melhor a postura e o movimento, uma abordagem que os vê não apenas como físico, mas como emocional e psicológico também. Fáscia pode tornar-se mais dura e menos complacente quando um cliente está deprimido, ansioso e com medo (Shultz & Feitis 1996; Lowe 1989). Treinadores veem isso quando os clientes se apresentam para treinar após terem passado um dia muito ruim. O humor influencia bastante a postura, movimento e propriocepção. Talvez melhorar o humor pode melhorar o estado físico através da rede fascial.

 

  1. A Fáscia nos permite treinar o corpo como um todo

No trabalho de Myers, dissecações demonstraram que o tecido conjuntivo não só envolve músculos, ossos e órgãos, mas o faz de forma consistente através de muitas camadas (Myers 2001). Este link nos conecta de forma holística em movimento e função. Para os atletas ou outras pessoas que procuram melhorar ou maximizar a função, a rede fascial nos dá uma razão para incorporar movimentos de corpo inteiro em nossos regimes de treinamento.

Quanto mais aprendemos sobre o nosso tecido conjuntivo, mais podemos integrá-lo com os outros sistemas do corpo (muscular, nervoso, esquelético) e obter mais conhecimentos sobre o movimento e desempenho humano. O uso das linhas miofasciais em nosso treinamento pode nos dar uma perspectiva única sobre como maximizar a nossa capacidade de aumentar nosso vigor, economizar energia e melhorar nossa resistência enquanto melhoramos nossa força e mobilidade multiarticular. Treinando o corpo como um todo em três dimensões, ao contrário de um treinamento isolado, pode ser uma estratégia perdida nos programas de exercícios para pessoas que procuram manter ou melhorar a capacidade física.

 

Referências

Alfonse, M.T., et al. 2010. Clinical, biomechanical and physiological translational interpretations of human resting myofascial tone or tension. International Journal of Therapeutic Massage and Bodywork, 3 (4), 16–28.

Clark, M.A., Lucett, S.C., & Corn, R.J. 2008. NASM Essentials of Personal Fitness Training (3rd ed.). Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins.

Fukuyama, S., et al. 1995. The effect of mechanical stress on hypertrophy of the lumbar ligamentum flavum. Journal of Spinal Disorders, 8 (2), 126–30.

Huijing, P.A. 2003. Muscular force transmission necessitates a multilevel integrative approach to the analysis of function of skeletal muscle. Exercise and Sports Sciences Review, 31 (4), 167–75.

Lowe, J. 1989. Myofascial genesis of unpleasant thoughts and emotions. Digest of Chiropractic Economics, 31 (5), 78–81.

Matias, C.-P., et al. 2011. Spontaneous healing in complete ACL ruptures: A clinical and MRI study. Clinical Orthopaedics and Related Research, doi: 10.1007/s1199-011-1933-8.

Myers, T.W. 2001. Anatomy Trains: Myofascial Meridians for Manual and Movement Therapists. New York: Churchill Livingstone.

Myers, T.W. 2011. Fascial fitness: Training in the neuromyofascial web. IDEA Fitness Journal, 8(4), 36–43.

Sandercock, T.G., & Maas, H. 2009. Force summation between muscles: Are muscles independent actuators? Medicine & Science in Sports & Exercise, 41 (1), 184–190.

Schleip R., et al. 2005. Active fascial contractility: Fascia may be able to contract in a smooth muscle-like manner and thereby influence musculoskeletal dynamics. Medical Hypothesis, 65(2), 273–77.

Shultz, R.L. & Feitis, R. 1996. The Endless Web: Fascial Anatomy and Physical Reality (pp. 46–50). Berkeley, CA: North Atlantic Books.

Stecco, C., et al. 2009. Mechanics of crural fascia: From anatomy to constitutive modelling.Surgical and Radiologic Anatomy, 31 ( 7), 523–29.

IDEA Mind-Body Wellness ReviewVolume 1, Issue 1

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