Ciclo Menstrual e o metabolismo do Exercício e Resposta Hormonal Feminina ao Treinamento Resistido!!
Antes de falar como os ciclos menstruais afetam o metabolismo e o exercício é necessário entender um pouco mais sobre alguns hormônios femininos.
Os principais hormônios femininos e suas funções
Os hormônios ajudam as células a se comunicarem umas com as outras. Dois dos principais hormônios femininos – estrogênio e progesterona – desempenham papéis essenciais no sistema reprodutivo. Ambos derivam do colesterol e estes hormônios são frequentemente chamados de hormônios dos ovários porque são produzidos e segregados principalmente pelos ovários (D’Eon & Braun 2002). O estrogênio, que também é segregado em menor quantidade pelas glândulas suprarrenais, na verdade, é uma classe de hormônios esteroides do complexo 18-carbono. Um hormônio esteroide afeta o crescimento e desenvolvimento dos órgãos sexuais.
O estrogênio biologicamente mais ativo é o 17ß-estradiol, ou estradiol. Outros incluem estrógenos como a estrona e o estriol, mas estes são menos biologicamente ativos do que o estradiol. (D’Eon & Braun 2002). McCarthy (2008) observou que o estradiol está em seu nível mais alto no cérebro pré-natal, ou seja, nos primeiros dias de vida, sugerindo que este estrogênio tem efeitos potentes e abrangentes sobre o cérebro em desenvolvimento. Hormônios do hipotálamo e da hipófise regulam e controlam a liberação de estrogênio e progesterona.
Uma sugestão de um famoso personal brasileiro é:
Lembrando que o princípio da individualidade biológica é soberano e cada mulher pode ter respostas diferente durante seu ciclo menstrual
Agora que já conhecemos um pouco sobre alguns hormônios femininos podemos começar a falar cobre como os Ciclos Menstruais Afetam o Metabolismo do Exercício
Os níveis de estrogênio e progesterona flutuam durante o ciclo menstrual interferindo diretamente no desempenho do exercício (Oosthuyse & Bosch 2010). Alguns estudos mostram que o desempenho nas atividades de endurance é afetado pelo ciclo menstrual, enquanto outros relatam não haver diferença (Oosthuyse & Bosch 2010). No entanto, o aumento nas concentrações de estrogênio em relação aos níveis de progesterona durante a fase lútea de menstruação sugere que a performance nas atividades de endurance pode melhorar prontamente durante a fase lútea (11 a 16 dias).
Além disso, durante a fase folicular, final da menstruação, que é caracterizada por um aumento nos níveis de estrogênio e a supressão de progesterona, a performance nas atividades de endurance pode potencialmente ser melhorada também. Oosthuyse & Bosch observaram que do estrogênio altera o metabolismo da gordura, dos carboidratos e das proteínas, melhorando o desempenho, enquanto a progesterona pareceagir em oposição ao estrogênio. Os pesquisadores propõem que o aumento de estrogênio melhora a aparência e utilização da glicose pelo tipo de fibras musculares de baixa oxidação. O alto teor de estrogênio durante a fase lútea aumenta o armazenamento de glicogênio, que além disso tem uma influência significativa no desempenho do exercício.
Por último, Oosthuyse & Bosch notaram que tanto o estrogênio quanto a progesterona suprimem a gliconeogênese durante o exercício. A gliconeogênese é uma via metabólica que resulta na síntese de glicose a partir de substratos, tais como lactato, aminoácidos e ácidos graxos. É um mecanismo primário que o corpo usa para impedir que os níveis de glicose no sangue caiam muito durante os exercícios prolongados. Isto sugere que no final de algumas provas de resistência ultralongas, algumas mulheres podem precisar aumentar a sua disponibilidade de combustível através de suplementos de energia (glicose) (Oosthuyse & Bosch 2010).
A Resposta Hormonal Feminina ao Treinamento Resistido
O treinamento resistido é essencial para a manutenção da saúde musculoesquelética. Ele também reduz o risco de deficiências ósseas, como osteopenia (densidade mineral abaixo do normal) e osteoporose, e reduz o risco de fraturas ósseas. Diminuições na densidade óssea e/ou massa óssea tornam-se um risco maior com a idade, especialmente para as mulheres. De acordo com uma revisão por Kaufman et al. (2013), as mulheres que têm baixa densidade mineral óssea têm um risco de fratura de até 50%, em oposição a 13% -25% para os homens.
O estrogênio desempenha um papel chave no metabolismo do osso. A deficiência de estrogênio tende a ter um impacto negativo nos marcadores de remodelação óssea e densidade mineral óssea (Moghadasi & Siavashpour 2013). A implementação de um programa de treinamento resistido pode ajudar a aumentar os níveis de hormônios associados à formação óssea, principalmente em mulheres em idade reprodutiva.As mulheres que estão na pós-menopausa têm níveis mais baixos de estrogênio, o que pode levar a efeitos negativos sobre a massa óssea (Moghadasi & Siavashpour 2013).
Os exercícios resistidos também podem afetar a formação ósse
a, promovendo mudanças no hormônio de crescimento, insulina, fator de crescimento semelhante à insulina I, leptina e hormônio da paratireoide. Moghadasi & Siavashpour investigaram os efeitos hormonais do treinamento de resistência em 20 mulheres sedentárias, com idade de 25 ± 3,2 anos (todas com ciclos menstruais normais). Ao longo de 12 semanas, as mulheres participaram de um treinamento resistido de 50 a 60 minutos, 3 dias por semana. O programa incluiu de 2 a 4 séries de 8 a 12 repetições de oito exercícios realizados em 65% a 85% de 1 repetição máxima (1-RM). Os exercícios incluíram flexão de braços, cadeira extensora, desenvolvimento, puxada aberta (polia alta), leg-press, bíceps rosca e tríceps rosca na polia. Antes das 12 semanas e depois que o estudo foi completado, os perfis hormonais no sangue foram analisados durante a fase folicular do ciclo menstrual.
Os resultados indicaram aumentos significativos na força muscular no final do programa de 12 semanas, bem como aumentos no hormônio do crescimento, estrogênio, testosterona e hormônio da paratireoide. Os autores concluíram que as mulheres sedentárias que se envolveram em um programa de treinamento resistido com múltiplas séries visando o corpo todo (similar em design e intensidade para o presente estudo) iriam experimentar um aumento nos hormônios de formação óssea e ganhariam outros benefícios para a saúde músculo-esquelética.
Referência:
Ideafit.com – by Len Kravitz, PhD , Afton Cazares, MA and Christine Mermier, PhD – Jun 28, 2013
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