Postura e Cadeia estática posterior

Você já se perguntou como nos mantemos em pé?
Quais mecanismos necessitam estar ativos para ficarmos “parados”?

Primeiramente precisamos admitir que o corpo humano é de uma perfeição inimaginável. Quando estamos fora do nosso período de sono o corpo é feito para assumir a verticalidade por 12-16 horas por dia, para que isto aconteça o corpo humano prcisa ser extremamente econômico.

Assim introduzimos as leis da estática e do movimento de Leopoldo Busquet. O corpo sempre irá respeitar 3 leis:

  • Lei da economia
  • Lei do equilíbrio
  • Lei do conforto

Quando estamos  na homeostase ou no estado estável mantemos está sequência de prioridade. Quando existe uma disfunção ou desconforto o corpo inverte está prioridade, tornando-se uma máquina menos eficiente, gastando mais energia e diminuindo o equilíbrio para mante o conforto.

  • Conforto
  • Equilíbrio
  • Economia

Agora que começamos a entender um pouco sobre os mecanismos de compensação e sabemos que o copo sempre irá priorizar o conforto, vamos começar a pensar sobre os componentes que estruturam está máquina.

– Ossos:  É evidente que o arcabouço ósseo responde à função estática, seja imobilidade ou movimento. O osso, pela estrutura alveolar, plástica e reativa das trabéculas ósseas é um bom material. Ele alia leveza e resistência plástica, favorecendo a economia e o movimento.

– Os músculos: Quando pensamos nos músculos para manter a postura precisamos entender que estes foram feitos para ajustes e não para trabalhos constantes. Caso um músculo permaneça em trabalho constante isso irá fazer com que ele entre em fadiga, rigidez e gerando compensações no movimento.

Exemplo: Os músculos paravertrebais, em uma analise eletromiografica  mostrou que estes músculos trabalham com rajadas, disparos de contração afim de manter a postura. Busquet usa uma ótima analogia para entender a função dos músculos “posturais”. Ele compara os músculos paravertebrais com uma plataforma de petróleo. A plataforma deve permanecer centrada sobre o local de perturbação. As primeiras plataformas eram fixadas no fundo do mar, o que trazia desvantagens numerosas: impossibilidade de perturbação em aguas profundas , fragilidade nas estruturas, porque esta rigidez acomodava mal os movimentos das marés, dos ventos, etc… Foi quando uma nova plataforma flutuante apareceu.

Como uma vertebra, essa plataforma é móvel, instável, mas um computador de bordo capta todas as informações de deslocamento por um circuito eletrônico direto (como um arco reflexo) e ordena aos pequenos motores instalados em cada flutuador que reajem de modo de manter a estrutura centrada sobre o eixo de perturbação.

Acontece o mesmo com o homem. Escolhemos um equilíbrio baseado em um desequilíbrio anterior por razões de segurança e luta contra a inércia. Quanto mais fina for a propriocepção dos músculos paravertebrais, mais nosso reequilíbrio ativo é solucionado por meio de um trabalho rápido, fino e econômico dos músculos paravertebrais.

– Tecido conjuntivo: A função deste tecido é primordial na verticalidade, assim como na condução do movimento. Fazem parte do tecido conjuntivo: fáscia, ossos, ligamentos, aponeuroses…

Agora vamos entende um pouco o que é este desequilíbrio anterior:

Nosso corpo não está em equilíbrio e sim em um desequilíbrio anterior, afim de facilitar o movimento. Como assim?

Pensando em nível cefálico o peso da nossa cabeça fica 2/3 para frente e 1/3 para trás.

No nível plantar a linha da gravidade passa à frente do tornozelo , dando uma resultante de desequilíbrio anterior.

Nossos pés e olhos estão voltados para frente facilitando o controle em relação ao desequilíbrio anterior, um desequilíbrio posterior ou lateral seria extremamente perigoso.  Este desequilíbrio facilita o movimento porque não precisamos fazer força para irmos para frente por exemplo, apenas devemos resitir as forças após “deixarmos cair”, porém isto vai gerar tensões na parte posterior do individuo.  Para responder a este problema encontramos no plano posterior estruturas conjuntivas que vão dos pés as cabeças , chamamos de cadeia estática posterior.

 

A cadeia estática posterior evita que o corpo caia para frente, ela é formada resumidamente  por:

  • Foice do cérebro
  • Ligamento longitudinal posterior
  • Aponeurose torácica
  • Aponeurose dorsal
  • Aponeurose lombar e quadrado lombar
  • Ligamento sacrotuberal
  • Bainha do piriforme
  • Conjuntivos internos e externos dos obturadores
  • Aponeurose dos glúteos
  • Trato iliotibial
  • Fíbula
  • Bainha e endões dos fibuklares
  • aponeurose plantar
  • Tendão calcâneo
  • Aponeurose plantar

Ou seja, a cadeia estática posterior começa na foice do cérebro (parte anterior) segue para parte posterior até o sacro e se torna lateral a nível de membros inferiores, afim de evitar a queda quando estamos na posição unipodal.

O desequilíbrio anterior e a cadeia estática posterior são um dos mecanismos que nos permite mantermos a posição em pé por longas horas, porém não são os únicos.

De forma resumida temos um apoio hidropneumático – apoio hidráulico a nível abdominal e pneumático a nível torácico.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para compreendermos mais facilmente o sistema hidropneumático podemos fazer uma analogia com um manequim inflável. Onde quanto mais ar e pressão colocamos no manequim inflável mais ele fica ereto. O equilíbrio desta pressão é que vai deixa-lo ereto mais dando liberdade para os movimentos. Se enchermos demais ele não se move e se enchermos de menos ele não permanece em pé.

Sugiro a leitura do livro “As cadeias musculares  volumes 1 e 2” de Leopoldo Busquet para maior compreensão destas teorias .

Agora que já entendemos um pouco mais como nos mantemos em pé podemos começar a conceituar algo que parece simples, mas é extremamente complexo: a postura.

 

Postura

A postura pode ser pensada como estática ou dinâmica. A postura estática, ou como os indivíduos apresentam-se fisicamente em posição, pode ser considerada a base a partir da qual um indivíduo se move. É refletida no alinhamento do corpo (Figura abaixo). Fornece a base ou a plataforma a partir da qual as extremidades funcionam.

 

Tal como acontece com qualquer estrutura, uma base fraca leva a problemas secundários em outros lugares do sistema. Por exemplo, a fundação móvel de uma casa pode não ser notada até que as rachaduras apareçam nas paredes.

A postura dinâmica reflete como um indivíduo é capaz de manter a postura ao executar tarefas funcionais.

Postura dinâmica: como um indivíduo é capaz de manter a postura ao executar tarefas funcionais.

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